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🐦 Guiné-Bissau: um refúgio vital para as aves migratórias do Atlântico Oriental

🧬 1. Dados ecológicos chave

🐦 Número de espécies

Segundo listagens atualizadas (Avibase 2024), a Guiné‑Bissau alberga:

  • Mais de 510 espécies de aves registradas
  • Pelo menos 30 espécies de aves limícolas migratórias documentadas através de anilhamento.
  • Espécies residentes ameaçadas como o picatarte-africano (Picathartes gymnocephalus).

🧭 Rotas e distâncias

  • Limosa lapponica (fuselo): até 11.000 km sem paragens do Alasca ao Pacífico na sua migração global.
  • Calidris canutus: reproduz-se na Sibéria e viaja até à Guiné-Bissau numa rota que pode ultrapassar os 7.000 km.

🏞️ 2. Habitats críticos para a migração

🏝 Arquipélago dos Bijagós

  • Declarado Reserva da Biosfera em 1996 e Património Mundial da UNESCO em 2025.
  • Abriga a maior área entremarés da África Ocidental, essencial para limícolas como Numenius phaeopus (maçarico-galego) e Calidris ferruginea.
  • Estudos mostram que mais de 870.000 pássaros passam o inverno nesta área anualmente ([Dodman & Sá, 2005]).

🌀 Manguezais do Rio Cacheu

  • Parque Natural e sítio Ramsar desde 2015.
  • Refúgio para aves aquáticas (garças, íbis) e passagem para aves migratórias durante as estações chuvosas.

🌿 Savanas e arrozais (regiões de Bafatá e Oio)

  • Crucial para espécies como Ciconia ciconia (cegonha-branca) e Milvus migrans (milhafre-preto).
  • Eles também hospedam migrantes intra-africanos que seguem padrões sazonais dentro do continente.

🔬 3. Pesquisa e anilhamento: o que sabemos

Entre 2022 e 2024:

  • 1.238 aves foram marcadas nos Bijagós com anilhas codificadas.
  • Foram registradas 338 observações fora do país, permitindo o estabelecimento de conexões migratórias com 19 países.

Principais conclusões:

  • Alta fidelidade de algumas espécies aos Bijagós (retornam ao mesmo local todos os anos).
  • Conectividade com o Mar de Wadden (Holanda e Alemanha), um “aeroporto natural” antes de chegar à África.
  • Observações inesperadas de Limosa lapponica e Calidris canutus na Mauritânia no inverno, sugerindo movimentos intracontinentais secundários.

📚 4. Espécies em destaque

 

Nome comum Nome científico Estado migratório Comentário ecológico
Fuselo Limosa lapponica Palearctica Campeão de vôo sem escalas, reprodução na Sibéria
Maçarico-galego Numenius phaeopus Palearctica Ninha na Islândia; inverna em Bijagós
Pilrito-de-bico-comprido Calidris ferruginea Palearctica Muito numeroso em áreas lamacentas
Garajau-comum Thalasseus sandvicensis Costera / migratoria Alta conectividade com colônias de reprodução na Europa
Perna-vermelha Tringa totanus Mixta Ninhos na Escandinávia; comum em manguezais
Gaivina-comum Sterna hirundo Costera / migratoria Criador europeu, avistado em Bijagós durante passagem
Ciconia branca Ciconia ciconia Palearctica Pode ser vista em arrozais durante a estação seca
Milano negro Milvus migrans Intraafricano y migrante Reproduz-se na Eurásia; passa a estação seca na Guiné-Bissau

 

⚠️ 5. Ameaças e desafios

Apesar da sua biodiversidade, a Guiné-Bissau enfrenta pressões crescentes:

  • Perda de habitat devido à expansão agrícola e à pesca predatória.
  • Mudanças climáticas: causam alterações na disponibilidade de alimentos e na fenologia migratória.
  • Falta de recursos técnicos e humanos para monitoramento contínuo.

🌱 6. Turismo de observação de aves com impacto positivo

O turismo de observação de aves é uma ferramenta fundamental para a conservação, se gerido adequadamente. Permite:

  • Financie projetos de pesquisa e conservação.
  • Integrar as comunidades locais na proteção dos ecossistemas.
  • Aumentar a conscientização entre os visitantes sobre a importância global do país.

A Consulmar Travel, juntamente com guias locais e especialistas em biodiversidade, oferece passeios no arquipélago dos Bijagós e outras regiões importantes, projetados com a sustentabilidade e a educação ambiental em mente.

👉 Se você tem interesse em observação de pássaros na Guiné-Bissau, entre em contato conosco e nós o ajudaremos a explorar os pontos e rotas de observação de pássaros mais interessantes.

📧 [agencia@consulmartravel.wg]

📅 7. Quando fazer observação de pássaros na Guiné-Bissau?

Temporada Atividade Migratória Comentário
Setembro–Novembro Chegada e acomodação das aves limícolas Mares baixos, ideais para observação
Dezembro–Fevereiro Estadia de inverno, alimentação intensiva Alta concentração de espécies
Março–Abril Migração de retorno para o norte Aves en muda parcial e cantando

 

🔗 8. Conclusão

A Guiné-Bissau não é apenas um destino exótico: é um pilar da conectividade migratória global. As aves que atravessam mares, desertos e continentes dependem da sua integridade ecológica. A observação de aves aqui não é apenas um espetáculo natural: é uma forma de apoiar a ciência, a conservação e o desenvolvimento local.

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